segunda-feira, 21 de julho de 2008

CASTANHEIRA DA SERRA: O PARAÍSO PARA AS FÉRIAS


Perdida na Serra do Açor (Paisagem Protegida), a pequena povoação de Castanheira da Serra esconde-se entre as imponentes montanhas que a rodeiam.
Vitíma do isolamento e da interioridade, fustigada por vários incêndios florestais, esta aldeia do concelho Pampilhosa da Serra, freguesia de Fajão, acolhe, actualmente, pouco mais de uma dezena de pessoas, a maioria idosos.
Longe vão os tempos em que esta aldeia, construída em xisto, era habitada por mais de 50 famílias, segundo relatos dos mais velhos. A fuga para as grandes cidades do Litoral, em especial Lisboa, e a emigração para a França, durante a vigência do Estado Novo, na busca de uma vida melhor, conduziu à, inevitável, desertificação.
No Verão, o tempo parece voltar para trás e em Agosto os filhos da Terra regressam à Castanheira da Serra. É ali que muitos passam as suas férias ou aproveitam para recuperar forças nos fim de semana prolongados.
A beleza natural; o verde, o ar puro; o silêncio e o «bem receber» das gentes da Serra, é o que a Castanheira da Serra tem para oferecer a quem a visita. No Verão pode esperar dias muito quentes. No Inverno, prepare-se para o frio, e por vezes, para a neve. É que a Castanheira eleva-se quase aos mil metros de altura.
Quando visitar esta pequena aldeia, não pode deixar de passar pelas míticas fontes de água pura, fresca e cristalina, escondidas entre um conjunto de imponentes castanheiros centenários (há quem diga mesmo milenáres, devido ao grandioso porte que estas árvores exibem).
A «Fonte dos Namorados», mais reservada e escondida, é ideal para... namorar.
A da «Palaia», ideal para quem quer fazer uma boa patuscada.
O queijo curado de cabra, o mel (puro) e água-ardente de mel ou de medronho são produtos, cada vez mais raros, mas de inegável qualilade, que deve procurar provar quando visitar a Castanheira da Serra.
A chanfana de cabrito, a saborosa broa de milho, as filhós e a tijelada, são alguns dos pratos típicos desta pequena aldeia, inserida na região do Alto Ceira.
Para ajudar a fazer render as pequenas reformas, os poucos habitantes desta aldeia dedicam-se à prática de uma agricultura de subsistência - produção de batata, milho, feijão - e à criação de gado, em especial de cabras.
A Comissão de Melhoramentos de Castanheira da Serra, cridada em 1952, tem tido um papel decisivo e fundamental no desenvolvimento desta pequena aldeia.
Entre os vários melhoramentos realizados por esta colectividade de cariz regionalista contam-se: a construção do ramal de acesso da estrada principal à aldeia; a construção da Casa do Povo - onde todos os castanheirenses se reúnem para beber um café, para dois dedos de conversa, uma partida de Suéca ou, simplesmente, ver televisão - a construção de um campo de futebol de cinco; a construção de uma piscina - equipamento que faz as delícias dos mais novos -; e a construção da rede e tanques de abastecimento de água à população - a água, que existe em abundância na zona e que é captada e armazenada em dois tanques de grande porte, para depois ser distribuída, gratuitamente, por toda a população.
São Tiago é o padroeiro desta pequena aldeia, sendo que as festas em sua honra se realizam a 15 de Agosto. Na pequena Capela de Castanheira da Serra realce para a existência de uma pequena imagem de Santa Goreti, que dizem ter sido trazida de Itália.
Quem visita a Castanheira da Serra, promete voltar depressa ao «paraíso» que encontrou perdido na Serra do Açor.