E vinho português, não tem???

Enquanto matava o tempo de espera entre escalas nos aeroportos, na minha incursão à China e à Índia, aproveitei para dar uma vista de olhos pelo free-shop.

Chegado à secção dos vinhos comecei a olhar para as estantes onde repousavam as garrafas e ia vendo as diferentes bandeiras: Espanha, França, Itália, Austrália, Estados Unidos, Argentina, Chile... E Portugal??? Portugal deve estar escondido naquela prateleira ali, pensava eu. Nada. Porcurei mais uma vez e... nada. Estranho! Não havia vinho português naquele free-shop. Não perguntei porquê, mas achei estranho.

Mais à frente, entro no «Paraíso dos vinhos», nome da loja especializada. A história repete-se. Começo a ficar irritado e pergunto à senhora que está na loja porque não há vinho português à venda?

A senhora responde que não se vende muito, que não é muito procurado. Pudera, se não há para vender é natural que não se venda mesmo nada.

A senhora diz que o vinho português é muito forte. Concordo, mas também lhe digo que temos excelentes vinhos. Tão ou melhores dos que vêm do Chile, Argentina, Estado Unidos e Austrália.

Digo-lhe mais. Que os autralianos vêm a Portugal buscar as nossas castas para produzir milhares de litros de vinho autraliano (ou oderemos dizer, português).

A senhora não parece ficar convencida e eu também não.

O nosso vinho é tão bom ou melhor que os outros. Mas falta-lhe promoção, divulgação e exportação.

É inacreditável, vergonhoso e triste ver ser tratado assim um dos nossos melhores produtos!

Que se encharquem com vinhos chilenos, australianos e americanos. Qualquer dia bebem vinho chinês. Que o façam, nós ficamos, e ficamos bem, com os nossos Dão, Douro, Alentejo... que são bem-bons.

Bebam e vão ver se não estou a dizer a verdade.